Viver viajando me parece que é o sonho de muitas pessoas. A frase de título desse conteúdo, inclusive, foi inspirada em uma fala da sobrinha da minha irmã, que disse algo parecido com “quero trabalhar igual a Taty, para viajar bastante” (não exatamente com essas palavras, mas dá para pegar o sentido, rs).
Maaaaas, sendo bem sincera: as pessoas romantizam demais isso!
A vida de quem vive viajando com certeza tem seus pontos positivos, mas também tem muitos pontos negativos, sabia? E eles nem sempre são mostrados.
Eu, ao contrário de muita gente por aí, não estou nesse “patamar”. Antes da pandemia aproveitei bem a questão da liberdade geográfica, sim, e aí já pude ter certeza de uma coisa: viver viajando é uma escolha que, como qualquer outra, tem suas consequências.
Será que viver viajando é tão bom assim?
Olhando a vida de alguns viajantes/nômades digitais que sigo, chego a achar que tenho pouco espírito aventureiro, pois até hoje nunca tive aquela vontade de dar uma volta ao mundo ou ficar sei lá quantos meses pulando de cidade em cidade.
Meus planos sempre são de, no máximo, 30 dias (pelo menos por enquanto, ou pelo menos eram, quando dava pra viajar sem neura rs).
Outras coisas que noto acompanhando essas pessoas nas redes sociais são:
Afastamento da família
Não que a pessoa se afaste em todos os sentidos, mas a conexão com os familiares acaba sendo só pela internet, e não sei se isso é pra mim, sabe?
Gosto de estar perto de todo mundo, por isso a ideia é equilibrar tudo, para não ficar muito tempo longe.
E se você quer viver viajando, vale a pena se questionar: essa viagem seria longa? Para você, valeria mais a pena ficar meses/anos conhecendo o mundo, perder todas as reuniões de família e não poder ver seus sobrinhos crescendo, por exemplo, ou seria mais bacana fazer viagens “picadas”, para poder aproveitar um pouco de cada coisa?
Necessidade de uma mente estratégica
Ééééé, gente… Não é só colocar algumas peças de roupa na mala e sair por aí, viu?
Principalmente para nômades digitais que gostam de estar sempre em movimento, estratégia e planejamento são fundamentais!
- Quais cidades/países estarão no roteiro?
- Como montar uma mala que atenda todos eles?
- E a locomoção, como pode ser mais prática e econômica?
- Será preciso ficar trocando de moeda o tempo todo?
- Quais serão as hospedagens? Oferecem boa internet?
Cansa só de ler, né?
Lembro que quando fui para o FIRE Festival da Hotmart e resolvi esticar a viagem até Ouro Preto surtei pensando no que levar… Agora imagine como é a cabeça de quem realmente vive viajando.
O trabalho muitas vezes rouba a cena
Ainda falando desse pessoal que acompanho nas redes sociais: muitos deles escolheram viver viajando como forma de trabalho.
A Amandinha, do Prefiro Viajar, e o Lucas, do Estevam Pelo Mundo, por exemplo, trabalham criando conteúdos de viagem. Logo, nem todas as viagens que eles fazem são puramente a lazer.
Aí, acontece o seguinte: para quem olha de fora, pensa que é o máximo. De fato, não deixa de ser incrível, mas parte do prazer do negócio se perde quando a gente lembra que pode curtir cada segundo, mas que também precisará entregar conteúdos para as empresas parceiras depois.
Pode ficar um sentimentozinho de cobrança, sabe?
Se bem que, quando fui para a Serra da Canastra representando o Guia Viajar Melhor esse sentimento apareceu por pouco tempo, rs (você pode clicar aqui e conferir tudo sobre essa press trip nos meus destaques no Instagram).
É uma vida que pode ser cansativa
Depois de tudo isso que citei, você consegue perceber que nem tudo são flores?
Existe influencer de viagem que passa semanas viajando, e depois faz stories dizendo que já estava morrendo de saudade de poder parar um pouco em casa, para descansar e organizar tudo (cabeça, equipamentos, conteúdos criados, etc).
A grama do vizinho nem sempre é mais verde!
É claro que, se o seu sonho é viver viajando, você precisa correr atrás dele, mas não faça isso se iludindo com as postagens que vê vez ou outra por aí.
É preciso se preparar e ter os pés no chão, já sabendo das renúncias que precisará fazer, ok?
O objetivo disso tudo que escrevi não é te desanimar, mas sim te fazer enxergar que tem um outro lado que deve ser considerado, principalmente se você é ou quer ser um nômade digital.
Pois, acredite: esse estilo de vida está repleto de gente que quer vender um mundo de mil maravilhas, e esquece de falar das partes ruins (ou faz de propósito, afinal, agora é moda querer fazer inveja pros outros só por poder trabalhar de qualquer lugar do mundo).
Tendo isso em mente, vá viajar pelo tempo que achar melhor =)
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Bjs,
Taty Ferrari =*
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